terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Riscos




Riscos invadem os meus pensamentos e fazem os meus dedos queimar mesmo estando apenas 13º graus.. Acendo um cigarro, ouço a musica mais comovente do mundo que vai talvez seja mais gasta do que a própria rua.
Pergunto a todos os meus membros onde foi que eu meti as lágrimas que não querem sair e desafiar a gravidade...
Risco todo o mundo porque sei que com eles não posso contar, junto aos meus pés deixo uma chávena de chá, que até as ervas eu fui roubar para adoçar a minha garganta que se encontra como o resto deste corpo... amargo e sereno quase morto.
....
Quero partir pelo mundo, deixar o passado jogado pelo o chão desta casa que me viu crescer sem olhar para trás, porque diante deste acto a mente ira ceder e recuar.
Eu quero ser de outro lugar, um lugar onde eu seja apenas mais um estrangeiro, quero aprender uma nova língua, assimilar uma nova cultura e a respeitar e a honrar até cair no chão.
Ter apenas uma pequena casa que seja o meu cantinho o meu porto seguro, que eu possa voltar para ela todas as noites depois de um dia de trabalho e ficar reunido nos meus pensamentos.
Eu não quero ser de ninguém eu não quero gastar os meus dedos e as minhas palavras a falar de amor quando este é como elixir da juventude, algo imaginário... não quero ter de partilhar tudo até os meus problemas.
Não nasci para dizer amo-te ou fica comigo para sempre.
Eu quero apenas fechar os meus olhos e dizer baixinho eu sou feliz porque eu me descobri....
Paris espera por mim eu nunca vou esquecer isso, riscos é o que eu sou a desenhado-me pela ruas entre o silencio e embalado-me num pensamento esboçando por tudo o que ficou por dizer...
Eu não sou tão negro como as pedras das calçadas ... eu posso ter sido a chaves da cadeia mas tu foste a jaula que me prendeu contudo eu não vou falar de amor porque o meu lápis já te conheceu e já falou tanto de ti e não valeria a pena o meu chá roubado teria outro sabor outro cheiro, seria algo totalmente diferente.
Eu não escrevo apenas risco pensamentos, eu não sou poeta, sou apenas um ser fechado numa jaula com algo a contar.

 João M. Gonçalves