sexta-feira, 30 de maio de 2014
Eu permaneci aqui, só
Quando precisei de um amigo para falar, nenhum esteve a minha beira.
Ninguém secou uma única lágrima muito menos deu-me um abraço e disse-me ao ao ouvido, que tudo ia ficar bem.
Dói perder alguém mas doí muito mais fazer este luto sozinho. Nós começa-mos a morrer, lentamente, não sei explicar bem a sensação é como beber um veneno, queima o nosso interior e sentimos a dor a alastrar-se e a possuir todo o nosso corpo e a morte nunca chega a reclamar uma vida que desprezamos.
A vida é vingativa quase hedionda.
A queda foi longa no entanto foi rápida e dolorosa as feridas permaneceram abertas e novas surgiram para deixar na memoria de todos os segundos, minutos, horas e dias de silêncio mas bater no fundo foi o mais doloroso. Sobreviver á esta dor era o maior castigo.
O dia escureceu e o brilho esmoreceu e perdeu-se como um doce aroma e eu fiquei só, perdido no meus pensamento e sufocado em palavras presas na garganta como uma espinha. Apenas o silêncio continuou…
O Terra continuou a sua rota. A vida não pará, nada pará.
João M. Gonçalves
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