segunda-feira, 21 de março de 2011



Só quero poder ser o mundo de alguém.... só quero livrar-me das lágrimas. Só quero um sorriso. Só quero um beijo todas as manhãs. Só quero um "amo-te muito" todos os dias....



Filipa Coelho

Silencio...


Odeio-te tanto para mim és maldito, quase hediondo, tu e esta rotina em que o meu corpo habita.
Tu sufocas todos os sentidos, chocas, meches e remexes com todo o meu passado fazendo o emergir cada segundo do meu dia.
Espezinhas-me a alma e fazes questão de me lembrar que não sou absolutamente nada.
Sei que sou um pobre espírito vivendo no planeta Terra por viver.
Apenas sinto o bater do meu coração leve e suave como uma pena a flutuar ao vento, acho que é magia o facto de haver vida dentro de mim.
De olhos fechados, boca selada e deitado sobre a vida.
Penso em tudo o que já vivi e o que ainda haverá para viver.
Pergunto-me haverá razão para continuar o que anda bastante mal.
Perfeito nunca fui, mas também nunca o quis ser.
Pará oh pensamento de ser retardado, não quero pensar.
Deixa-me viver, quero ser o amanhã apenas e esquecer toda a bagagem que transporto.
Não quero estar inserido neste período da qual eu não faço parte, não faz sentido nenhum.
Observo as noticias e os jornais na pequena aldeia onde moro nada parece fazer sentido neste planeta revoltado onde todos se odeiam, onde uns tudo possuem e outros nada têm.
Para que fechar os olhos a tudo isto, se quando voltar abrir vai tudo permanecer igual.
Não quero possuir nenhum dom, quero vender-lhos todos para comprar um jazigo para nele repousar o meu passado.
Desejo ser pó ou terra fazer parte da lixeira e habitar em harmonia com o lixo rejeitado por a nossa sociedade consumista.
Quero perder todo o valor depositado em mim ou aquele que nunca tive por mim e por fim a este ciclo vicioso quase mortal, devia ser punido quando ele nós destrói.
João M. Gonçalves

quinta-feira, 17 de março de 2011

Querida Junção, Um Copo Leva a Outro


Bem me quer, malmequer, pouco, nada ou muito?
Gostava eu de saber! Onde estas tu agora que preciso de ti?
Neste banco de rua tento abrir olhos e olhar sobre o escuro.
Invisível talvez, seja até morrer.
Nós somos amigos á muito tempo, já não sou uma novidade.
Espero que amanhã ou depois quando despertares digas que foi magnífico, inacreditável quase inesquecível.
Desculpa se encontro-me a mais, talvez errei!
Hoje tenho motivos para estar assim, sinto-me completamente derrotado aqui no meio do chão da cozinha eu insisto com o meu pensamento que tudo terminou.
Eu jurei que não viria a tua procura mais as minhas palavras perderam todo o sentido de lógica como tratassem-se de simples letras, sílabas, repetitas, gastas e transparentes.
Apenas, queria mostrar-te o paraíso mais talvez sejas demasiado perfeito para gostares do mesmo do que eu.
Não vamos pintar o mundo quando os sentimentos estão machados e em vias de extinção.
Antes da profecia Maia se realizar, quero que ligues o rádio, e imagines tudo o que poderias fazer, há sempre uma alternativa mesmo para os dias que chovem sem parar.
Haverá sempre alguém em alguma parte do mundo que espera e anseia por nós.
No silêncio da multidão onde a overdose de silêncio toma conta do meu corpo e consome cada célula, cada veia, cada artéria como se trata-se de uma serra possuída por um incêndio.
Custa muito ser um rei dono de muitas terras, um simples mendigo dono de nada e ser a mesma pessoa e quase pecado mortal!
Querida junção, um copo leva a outro...uma palavra a outra e assim vou escrevendo um desabafo de um louco, carente de tudo e ao mesmo tempo de absolutamente nada.



João M. Gonçalves