segunda-feira, 21 de março de 2011

Silencio...


Odeio-te tanto para mim és maldito, quase hediondo, tu e esta rotina em que o meu corpo habita.
Tu sufocas todos os sentidos, chocas, meches e remexes com todo o meu passado fazendo o emergir cada segundo do meu dia.
Espezinhas-me a alma e fazes questão de me lembrar que não sou absolutamente nada.
Sei que sou um pobre espírito vivendo no planeta Terra por viver.
Apenas sinto o bater do meu coração leve e suave como uma pena a flutuar ao vento, acho que é magia o facto de haver vida dentro de mim.
De olhos fechados, boca selada e deitado sobre a vida.
Penso em tudo o que já vivi e o que ainda haverá para viver.
Pergunto-me haverá razão para continuar o que anda bastante mal.
Perfeito nunca fui, mas também nunca o quis ser.
Pará oh pensamento de ser retardado, não quero pensar.
Deixa-me viver, quero ser o amanhã apenas e esquecer toda a bagagem que transporto.
Não quero estar inserido neste período da qual eu não faço parte, não faz sentido nenhum.
Observo as noticias e os jornais na pequena aldeia onde moro nada parece fazer sentido neste planeta revoltado onde todos se odeiam, onde uns tudo possuem e outros nada têm.
Para que fechar os olhos a tudo isto, se quando voltar abrir vai tudo permanecer igual.
Não quero possuir nenhum dom, quero vender-lhos todos para comprar um jazigo para nele repousar o meu passado.
Desejo ser pó ou terra fazer parte da lixeira e habitar em harmonia com o lixo rejeitado por a nossa sociedade consumista.
Quero perder todo o valor depositado em mim ou aquele que nunca tive por mim e por fim a este ciclo vicioso quase mortal, devia ser punido quando ele nós destrói.
João M. Gonçalves

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