sábado, 26 de fevereiro de 2011

Eu Estarei Contigo Quando o Mundo Começar a Cair

Todos se foram.
Mal fechou-se a cova.
Agora resta apenas eu.
A minha alma continua presa neste vasto jardim da quinta do silêncio entre árvores, saudades, lágrimas e jazigos.
Hoje sou apenas o passado, no futuro serei apenas esquecimento ou apenas alguém que fez uma curta passagem neste vasto território, criado pelo senhor Deus.
Quero partir em busca da terra prometida, não quero habitar neste pântano camuflado de jardim onde não existe nem um átomo de vida.
De vós meus ante-queridos só resta as flores, apenas isto e nada mais.
Terminou, sim terminou, deram-se os aplausos, as cortinas desceram e não haverá outro acto, apenas, deu-se o fim e contudo não fui perfeito, nem estive la perto.
Glorioso ou humilhante fui um actor da treta do faz de conta, talvez.
Cala-te oh grande Luis Vaz de Camões para de narrar a história de um povo que cagou para ti durante vida e nunca te louvou. Apenas o comoves-te os espectadores como eu o resto foi repetido.
Esqueci-me da minha religião e mandei queimar os violinos porque eram demasiado perfeitos e belas as suas melodias.
Tudo chegou ao fim, resta a alma, memórias e arrependimento, saudades de Veneza e Paris, lugares que nem cheguei a conhecer.
Eu fui tela, pincel, tinta a óleo e pastel que o pintor desprezou sem tentar aperfeiçoar o seu fascínio pelo arte.
Eu fui tanta coisa mesmo tanta coisa...inssências puras queimadas desde jasmim, hortelã, menta, flor de laranjeira, arrúda, abre caminho, rosa vermelha à canela.
Hoje sou nuvem negra que esconde o horizonte, um dia serei chuva e se tiver muita sorte tocarei no teu rosto e te recordaras de mim, será apenas um momento ou uma pequena sensação.


João M. Gonçalves

Pequenas Memórias


Entre palavras vou traçado caminhos com varias direcções e a vida com os seus altos e baixos.
A vida é uma caminhada árdua por vezes complicada com montanhas rochosas, arridas outras com verdes pardos.


João M. Gonçalves

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Funeral

Por vezes é melhor nem falar, porque as palavras provocam dor e possuem um grande peso.
Hoje habitarei o bosque juntamente com os fungos, silvas e tudo o que desconheço, viverei no bosque que exploravas muitas vezes sem mim, aquele que sempre negavas a minha presença. O bosque será o meu paraíso a única recordação de ti do mundo mortal e da minha triste vida amarga e sem sentido.
Hoje deixei o meu corpo para sempre, lamento a cobardia venceu! E levou a melhor. Desculpa.
Já não aguentava, a dor tornou-se insuportável quase asfixiante, o meu Deus abandonou-me e os meus antigos heróis traíram-me.
Sou apenas um corpo vazio entre quatro paredes e flores brancas e amarelas.
Venham malditos anjos, seres perfeitos e arranquem cada fio de cabelo silenciosamente e deles façam cordas, tirem cada pedaço da minha pele pausadamente e com ela façam tambores, apunhalem os meus olhos como se tratassem de algo sem valor, mas, por favor imploro como quem pede um copo de água não roubem o prazer de assistir ao dia do meu funeral.
Não chegues tarde ao meu funeral, para seres o primeiro a atirar a terra sobre o meu caixão.
Talvez eu só precise de um adeus ou que segures a minha mão fria e pálida para descobrir o caminho da luz.
Lamento muito que nunca em vida se reunissem tanta gente em meu redor.
Eu de certesa teria sido muito mais feliz.
As pessoas choram e insistem em chorar, lamentar, e falar bem de mim no entanto quando havia vida dentro de mim esqueceram que respirava e sentia.
É apenas o meu funeral.


João M. Gonçalves

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Inverno Será Sempre Perfeito...


Amigos do Faz de Conta

Tardes passadas entre risos entre segredos mal revelados quase codificados.
Risos, palhaçadas, gargalhadas, etc.
Sei que não somos perfeitos, só que errar é provar que o mundo pode estar completamente errado, esta é a verdade perdida no meio das tuas mentiras.
Foi bom conhecer-te, poder partilhar a dor e a felicidade, caminhar ao teu lado... contigo descobri que podia ser feliz, contribuíste para minha alegria mais também para a minha desilusão.
Custa muito hoje, talvez vá doer ainda mais amanhã.
Sabes eu poderia usar alguém. Só que os remorsos corroeriam o meu corpo como se de ferro se tratasse exposto a temperatura.
Hoje meia noite e quarenta do dia vinde e dois de Fevereiro, penso que talvez só pensas em ti, que serás como o silêncio inconstante e pouco regular ou como uma ganza mal fumada que nem provoca reacção, bate mal simplesmente...
És nada. Oco sabe-se lá.

João M. Gonçalves

Dreams Always Come to Those Who Dream



Os sonhos são como fruta da época acabam por apodrecer!
Se um dia eu tiver de lutar, partir em batalha...
Aviso!
Só derramarei o meu sangue e suor em troca de um sonho.
Só os sonhos valem a pena.
As pessoas são hipócritas, mesquinhas, falsas e banais.
Os amigos incompletos.
Os sonhos são puros, mágicos como dávidas de Deus são genuínos como o olhar puro e sereno de uma criança ou com a água que corre na ribeira, fresca, gelada e cristalina.
SONHOS são esperança o verdadeiro elixir da felicidade.

João M. Gonçalves

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Eu Não Quero Estar Aqui...


. Entre palavras, linhas, estrofes, versos .
Espero que o tempo pare.
Que a rua seja apenas rua.
Que tu sejas apenas passado.
Que as páginas do meu diário sejam violadas.

Que todas as mentiras se tornem verdadeiras.
Podes voltar a atirar me contra o chão
Prometo que não vou sentir dor.
Tenho tudo, até a vontade de morrer.
Sinto as veias gelar pausadamente, o corpo fraqueja, quase a quebrar.
Faço uma sintaxe das nossas vidas.
Construo Castelos de cartas emparelhados sobre os rochedos.
Rochedos corruídos pela força das mares.
De joelhos a porta do inferno perdido entre lagrimas.
Olho para traz.
Aguardo que me dês algo de bom,
Algo de ti.
Aguardo em silêncio o julgamento final.
João M. Gonçalves

Sem Título...Sem Vida E Sem Nada

Dorme meu pequeno mundo. Leve e insignificante como um átomo, ou pesado como uma vida.
No corredor da solidão tracei a lápis de cor duas linhas bem paralelas uma de cor verde outra de cor azul estas são as minhas cores verdadeiras no entanto assumem-se desfocadas...ou afinal, estarei apenas a viver um curto intervalo que separa a vida da morte?
Odeio os poetas, sim os odeio, eles me humilham quero que os matem a todos, que se dê a estição desta raça maldita. Eles não sabem o que dizem são como eu..
No fundo deste corredor existe uma escadaria em carvalho gasta pelo o tempo, recordações, memórias,etc.
Subo, degrau a degrau, coitados destes gemem, solução, cansados das vivenças, espreito pela janela através dos cortinado de renda de bilros.. a paisagem é mesma de a uns tempos atrás, parece tudo imóvel.
Folhas mortas dançam num constante vai e vem, como se tratasse de uma dança minimalista ou de um fado, imortalizado pela a voz da grande Amália.
Olho o mar numa tela perdida nas paredes da sala. Recordo com grande saudade o seu azul, calmo, quase intocável como o azeite.
Desejo ser mar com todas as minhas forças, nele nós portugueses partimos com a fama e gloria de irmos praticar a descoberta, com o propósito da colonização, luta-mos, destruímos o que não era nosso... sonhos, vidas, incutimos o que achávamos correcto nem perguntar mos se eles eram felizes , neste mesmo mar as almas afundam-se junto com a ganância dos homens.
O mar...traz, leva, destrói e dá, contudo continua perfeito, nele há a perfeição do mundo como eu vejo o belo nas mãos de um artista, moldando o desejo, o prazer de fazer arte e dar a sua vida em troca.
Quero ir além deste corredor, pular a janela e levar estas duas corres presentes no corredor da solidão. Mas no entanto continuo a desejar e anseio a morte dos poetas uma morte ao estilo de Vlad Draculae, arrepiante, dolorosa e macabra.
Matem os poetas, destruam tudo o que fala de amor e louvem quem sofre de males de amor estes sempre são os verdadeiros heróis.

João M. Gonçalves

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pequenas Memórias


Perdi-me de mim mesmo e entrei por um caminho que nem sei se o escolhi. A tristeza era pesada. Chegar lá não foi facil, impossível também não... outra prova que tive foi a minha reacção a critica.

Hoje a ouço-a e a separo-a por camadas se me diz respeito, se lhe atribuo importância, outro aspecto foi, disseram me que a terapia passava por perdoar de inicio pareceu-me uma locura desejava que ela ardesse no inferno.


João M. Gonçalves

Há Dias Assim....

Gostava as vezes de ser completamente ignorante de não ter noção do que realmente se passa a minha volta. Esquecer que há um mundo lá fora que espera algo de mim, como dizia a minha querida Florbela a maior musa da poesia de todos os tempos "eu quero desaprender, quero não saber, queria mesmo nem saber ler nem escrever a minha própria língua. Eu sei lá o que queria...".
Sinto-me cansado, mesmo muito cansado... talvez um pouco saturado não é fácil crescer e tornar-se num homem quando surgem tantos desafios. Todos os dias tormam se numa batalha. Nada parece estar bem aos meus olhos.
Dói-me todos os sentidos, a vida começa a pesar nas minhas costas. O medo devora-me a alma como uma trepadeira que soube e vai possuindo uma árvore, uma parede... as vezes vou recordando as pessoa que marcaram a minha vida. O que será feito delas?
Promessas continuam por cumprir fica a saudade a tristeza a recordação.
Tenho saudade de muita coisa... das discussões de acordar a chorar por ter tido um pesadelo e refugiar-me na cama da minha mãe.
Ai saudade, palavra gasta pelos poetas e amaldiçoada pelos amantes. Ai saudade, saudade...
O mundo continua a girar a grande velocidade e os ponteiros do relógio vão assinalando as horas, minutos, segundos, dias, meses, anos, décadas e a minha vida como mero ser mortal.

João M. Gonçalves